sábado, 27 de novembro de 2010

CAMARIM


Minha boca está cheia de palavras
Teus lábios calam a ousadia
de minha sílabas
No ardor de seu furor
enlouqueço meu corpo

Vago entre fantasias e gritos
Minha alma tem o peso da luz
dos olhos teus
Acende meu delirar
Rompa os arames farpados 
desta sociedade infame

Jura sem mentira que esta cena
não é camarim
Beba meu cálice da madrugada
Não rio, não choro, não vivo
Vago louca no prazer sem volta
O tempo estremece no som do gemido
Sou anjo caído a procura do teu

A cortina se fecha
O poeta é profecia
Ao mundo oferta a sua cria
E tira das tragédias em sangue:
A paixão
Poeta é coisa de doido!
Poeta é coisa de Deus!

Marina Pellizzetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário